sábado, setembro 29, 2012

Porque tem gente que nasce com uma anomalia incurável. Nasce poeta.








Só Dez Por Cento é Mentira é um original mergulho cinematográfico na biografia inventada e nos versos fantásticos do poeta sulmatogrossense Manoel de Barros.
Alternando sequências de entrevistas inéditas do escritor, versos de sua obra e depoimentos de “leitores contagiados” por sua literatura o filme constrói um painel revelador da linguagem do poeta, considerado o mais inovador em língua portuguesa.

Só Dez Por Cento é Mentira ultrapassa as fronteiras convencionais do registro documental. Utiliza uma linguagem visual inventiva, emprega dramaturgia, cria recursos ficcionais e propõe representações gráficas alusivas ao universo extraordinário do poeta.

Manoel de Barros tem 93 anos, cerca de 20 livros publicados e vive atualmente em Campo Grande. Consagrado por diversos prêmios literários, é atualmente o escritor brasileiro que mais vende no gênero poesia.


Só Dez Por Cento é Mentira ganhou os prêmios de melhor documentário longa-metragem do II Festival Paulínia de Cinema 2009 e os prêmios de melhor direção de longa-metragem documentário e melhor filme documentário longametragem do V Fest Cine Goiânia 2009.


Direção e Roteiro: Pedro Cezar
Produtora: Artezanato Eletrônico
Brasil, 2008.

quinta-feira, setembro 27, 2012

Much Better Now


Vamos lá: o que um marcador de livro e altas ondas têm em comum?

Stop Motion fuderoso dos estúdios da Salon Alpin
Direção:Philip Comarella, Simon Griesser
2011

Making Off aqui: http://vimeo.com/33456325

Da arte de tornar-se especialista da saidinha a francesa.


Ele não vem.
Quando o telefone tocou e as meninas chamaram para uma cerveja eu não pensei duas vezes – Vou em casa tomar um banho e já desço.
Banho. Telefone. Mas que merda... eu sempre levo o telefone pro banheiro porque é incrível, camarada, como o treco toca quando eu ligo o chuveiro. Não levei.
Saí correndo do banheiro, já queriam brindar e só faltava eu: - traga a câmera! – ok!
Saúde!
Feliz aniversário uhuuuuu... e o telefone toca. Ele.
Ninguém quis acreditar quando eu disse que tinha que voltar em casa. Pedi mais uma cerveja e pensei em ficar nervosa. Eu realmente não sabia o que aconteceria diante as circunstâncias que envolviam aquele encontro. Mentira. Eu sabia. Eu até imaginava. E como imaginava.
Ele usava uma daquelas camisas quadriculadas.
Ele deve ter umas dez camisas dessas, cinco brancas com preto e cinco pretas com branco. Ou ele curte São João ou é grunge. Me dei conta que eu nem sabia o que o cara gostava de ouvir. E daí? Pensei. Eu não estou indo a nenhuma audiência de violinos.
Ele usava uma daquelas camisas quadriculadas, jeans, tênis e mochila. Mochila. É grunge.
Fazia tempo em que eu maquinava um plano ultra maquiavélico para levá-lo até minha cama, eram mais ou menos treze caminhos, mas não foi por nenhum deles. Na verdade eu já tinha desistido, não sou muito fã de tipinho meio tímido. No caso dele, tímido e meio, mas tinha aqueles olhos azuis...putz...
Aconteceu que uma curiosa timidez que me assola vez ou outra veio querer fazer um menáge naquele errado momento e eu precisava agir antes que aquilo tudo virasse um fiasco. Para mandar essa timidez pras cucuias eu sempre tento agir no oposto, tipo pedagogia do oprimido life style.
Vou tirar a roupa. Pensei. Foi quando ele, sentado no sofá, estendeu a mão e eu fui.
Ele me beijou bem na barriga, embaixo do umbigo, bem aonde eu tenho um botão que aciona imediatamente um calafrio que sobe pela minha coluna até dar um tilte na minha cabeça e me deixar mole. Fiquei. Eu ainda disse meia dúzia de palavras que agora eu nem lembro, mas tenho certeza de que eram bobagens; enquanto ele me beijava, fui abaixando até alcançar sua boca, sua língua, seu gosto... a gente foi se beijando até o quarto. Paramos na porta e eu tirei botão por botão da  camisa dele, da minha blusa, tirei a saia e deitei na cama.
Venha cá. Ele veio deitando em cima de mim e aí sim, peguei sua mão e trouxe na minha boceta, eu já estava com um tesão enorme naquele homem e queria que ele me lambesse todinha, foi então como se ele lesse meus pensamentos e saiu me lambendo, me beijando, me chupando... eu não vou esquecer aquilo.
Gozei, gozei na boca dele todo o gozo que eu tinha dentro de mim, é nessas horas que a pessoa tem que ter cuidado, senão apaixona. Meu corpo tremia, minhas pernas tremiam, meu peito, minha boca tremia, eu achei graça daquilo tudo e quis mais. Claro que eu queria mais,  queria todinho em mim, de quatro até eu gozar mais uma vez. E foi exatamente o que aconteceu.
Talvez pelo fato d’eu ter gozado daquele jeito quando ele me chupava, talvez por causa disso, eu não conseguia quase me mexer na cama, sentia uma lerdeza engraçada, eu balbuciava alguma merda e rabiscava na minha cabeça o desenho dele ali deitado... seu cabelo, seus enormes olhos cor do mar, suas tatuagens. Gostoso. Nem sei se eu falei isso pra ele. Deixa pra lá. Ele me falou de charutos, de medalhinhas penduradas no pescoço e disse que ia embora. Me beijou no portão e foi.
E eu nem voltei pra festa.

segunda-feira, setembro 24, 2012

marina marina
te espero
ainda
e sempre
e hoje
mas, por favor não esqueça
que o tempo
ah, o tempo é uma beleza
para quem sabe aguardar

então, marina
tu me sabes
o tempo em mim, quase tristeza
me deixa pensa de saudade
estou, mulher
a te esperar
hoje
ainda
e sempre

Sobre a natureza das coisas e o ato de pedir desculpas



O Jegue Equus asinus é uma espécie de "parente" do cavalo. É conhecido por sua forte resistência e personalidade, mede aproximadamente 1,30m e pode ser encontrado em muitas regiões do planeta, com exceção a lugares frios.
Quando o Jegue ergue a pata traseira e sublimemente acerta o alvo, ele não pede desculpas.
Ele simplesmente o faz porque é da sua natureza.
E a natureza não necessita de desculpas.
Ela simplesmente o é. E encerra em si todas as possibilidades.

Não há razão em se pedir desculpas.
Pela natureza humana.