sábado, dezembro 23, 2006

Afogando Tudo

Com o avanço da ciência e da medicina, hoje em dia para tudo ou se tem cura ou se alivia. O que ainda não se descobriu com certeza já é estudado e vamos nessa correnteza, nos enchendo de drogas para saúde e jovialidade.
No entanto há um remédio que perdura séculos e pra esse tipo de mazela não se é necessário receita, pois que já é de domínio popular.
Para moléstia da alma, do coração é sabido: afogar tudo na branquinha, suco de cana caiana passada no alambique, aceita-se genéricos fermentados e outros destilados. A posologia varia de acordo com o tamanho da dor e do indivíduo.



A vida sorri para mim atravessada, me entala a lembrança de teus beijos em outros beijos que não sejam os meus, essa frieza de barriga... Eis-me aqui! Quero enfrentá-los de frente, venham todos e tudo ao mesmo tempo, pois que nada me vencerá! Lavo-me de ti de dentro para fora, vou em busca do mar. E quando eu me chegar por lá teu nome em minha boca já terá evaporado.


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"Se aguardente era o diabo pra quê bebê-lo?
Se o copo era grande pra quê enchê-lo?"
Ascenso Ferreira, poeta pernambucano