quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Mais Que Suficiente

O mundo que Deus nos deu é mais que suficiente para todos, segundo os cientistas e pesquisadores, existe riqueza mais que de sobra para todos.
É só uma questão de reparti-la bem, sem egoísmo.
O aborto pode ser combatido mediante a adoção.
Quem não quiser as crianças que vão nascer, que as dê a mim.
Não rejeitarei uma só delas.
Encontrarei pais para todas elas.

Madre Teresa de Calcutá.


Hoje é aniversário de um grande amigo meu: Márcio.
O interessante de se ter amigos como ele, é ver o quanto nós já percorremos de nossos caminhos desde que nos conhecemos.
As alegrias, as decepções, as emoções...
As afinidades e as discrepâncias.
E o elo para toda vida.
Meu irmãozinho, muito Axé pra você. Muita saúde, harmonia e prosperidade nessa sua vida material onde mais uma vez nos encontramos. Que Oshalá encha de luz a tua estrada. E que o Pai Shango, te dê força para que nada possa te atingir.
Um cheiro enorme nessa alma de poesia que você tem.

E quem quiser, como eu, se tornar fã de cada palavra que ele escreve, vai aí um dos caminhos:
www.umanjopornografico.blogspot.com

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Ô seu Wilson Batista, que Deus o tenha, me dê licença só um minutinho. É que eu tô com tanta coisa engasgada na goela que tenho medo de falar merda aqui por essas bandas.
É que sou desprovida de papas na língua e minha querida mãezinha me ensinou a não levar desaforos para casa, então, seu Wilson, vou fazer uso de suas belas palavras que caem como uma luva para o que estou sentindo:

"Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim eu sou assim
Meu mundo é hoje
Não existe amanhã pra mim
E sou assim
Assim morrerei um dia
Não levarei arrependimentos
Nem o peso da hipocrisia
Tenho pena daqueles
Que se agacham até o chão
Enganando a si mesmos
Com dinheiro, posição
Eu nunca timei parte
Desse enorme batalhão
Pois sei que além de flores
Nada mais vai no caixão"

Meu mundo é hoje.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Lembranças carnavalescas

...e teve aquela vez que eu não parava de beber, pra onde eu ia era com uma garrafa de cana embaixo do braço, afinal, carnaval é pra isso mesmo, ora bolas. Ou vocês acham que eu ia tomar refri (gíria do meu filho de quatro anos) nos meus preciosos dias de folia? Me poupem.
O lance era o seguinte: muita manguaça, de preferência uma cachaça adocicada no mel, com algumas especiarias e um leve toque de macumba que os nativos de Olinda fabricam, o nome da bichina é Axé DeFala – agora não me venham perguntar por que o ‘DeFala’ , pois ainda não descobri – contam as boas línguas que os caboclos-de-lança antes de entrarem para se apresentar no Maracatu tomam aquilo como se fosse suco de ursinhos Gummy, ‘recebem’ as entidades cabolísticas e metem bronca no baque solto.
Então, eu passava o dia regada a Axé DeFala, quando a coisa apertava eu botava pra dentro um copão de caldo-de-cana e uns dois saquinhos de ovo de codorna que são vendidos que nem amendoim (no saquinho, tão ligados?- gíria da minha irmã de dezesseis). Pronto. Estava reabastecida de energia. E como eu não era besta, comprava a cana em garrafa de dois litros, isso é coisa de liso também, mas venhamos e convenhamos, quem bebe pouco assim que nem eu, sabe do que eu estou falando.
E teve aquela vez que eu não parava de beber, pra onde eu ia era com uma garrafa da tal cachaça embaixo do braço, era show da Beth Carvalho e de Dona Ivone Lara, já havia me perdido do resto do grupo, estávamos só alguns amigos ‘secos’ por sambão reunidos e enquanto o show das madamas não começava paramos para vermos as luzes da cidade.
Acontece que as luzes da cidade começaram a rodar loucamente, era um festival de estrelas cadentes em minha cabeça, a voz do povo embargada não permitia que eu entedesse nada do que estavam dizendo, não contei estória, nem me fiz de boa moça puritana que nunca dormiu na rua. Pedi arrego ao limpíssimo e fofíssimo chão do Marco Zero em pleno carnaval do recife e descansei minha beleza de mulher bêbada e acabada como uma linda princesa de cabaré, com a maquiagem borrada e a fantasia amarrotada.

Sim, assisti ao show das duas e foi o melhor que eu vi no carnaval do Recife no ano passado.
Cheguei em casa às nove da manhã com meia dúzia de gente mais beba que eu, mas essa chegada são outros quinhentos.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O nascimento de Obáluaiê Omulu

Já era sabido por Nanã: o mensageiro da vida e da morte estava por vir.
Naqueles tempos ninguém falecia; nascia-se e evoluía-se e assim seguia-se à eternidade.
Mas tudo estava mudando. E a velha, senhora da premonição, havia visto no Ifá (jogo de búzios), que estava a caminho uma criança com tal dom.

Quando pegou em seus braços aquele menino recém-parido, Iemanjá assustou-se. O bebê estava inconsciente, mole, desmaiado. Sem saber o que havia acontecido com seu filho, a rainha das águas correu de encontro à Mãe Nanã com a criança no colo e aos prantos entregou-o a velha. Ao ver a criança, Nanã emocionou-se: é ele! É o mensageiro! Pegou a criança no colo e embalou-a numa canção para o Pai Oshalá que viajava pelo Chosmos, para avisá-lo que o mensageiro acabara de chegar, mas que estava desacordado.

Como Oshalá se demorava muito a retornar e a aflição de Iemanjá aumentava, Nanã fez um buraco no chão onde colocou a criança que ao tocar na terra acordou.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Iya Mi Iemoja Odoiya!!

Senhora das tempestades e dos mistérios originais
Quando tu chegas, a terra treme do lado esquerdo
Trazes a assombração
As conjunções fatais
E as vozes negras da noite
Senhora do meu espanto e do meu medo
Senhora das marés vivas e das praias batidas pelo vento
Senhora do vento norte com teu manto de sal e espuma
Há uma lua do avesso quando tu chegas
Há um poema escrito em página nenhuma
Quando caminhas sobre as águas
Senhora dos sete mares
Conjugação de fogo e luz
E, no entanto, eclipse
Trazes a linha magnética da minha vida
Senhora da minha morte
Quando tu chegas começa a música
Senhora dos cabelos de alga
Onde se escondem as divindades
Trazes o mar, a chuva, as procelas
Batem as sílabas da noite
Batem os sons, os signos, os sinais
E és tu a voz que dita
Trazes a festa e a despedida
Senhora dos instantes com tua rosa dos ventos
E teu cruzeiro do sul
Senhora dos navegantes
Com teu astrolábio e tua errância
Tudo em ti é partida
Tudo em ti é distância
Tudo em ti é retorno
Senhora do vento
Com teu cavalo cor de acaso
Teu chicote, tua ternura
Sobre a tristeza e a agonia
Galopas no meu sangue com teu cateter chamado Pégaso
Senhora dos teoremas e dos relâmpagos marinhos
Senhora das tempestades e dos líquidos caminhos
Quando tu chegas, dançam as divindades
E tudo é uma alquimia
Tudo em ti é milagre
Senhora da energia
(Manuel Alegre)