sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Lembranças carnavalescas

...e teve aquela vez que eu não parava de beber, pra onde eu ia era com uma garrafa de cana embaixo do braço, afinal, carnaval é pra isso mesmo, ora bolas. Ou vocês acham que eu ia tomar refri (gíria do meu filho de quatro anos) nos meus preciosos dias de folia? Me poupem.
O lance era o seguinte: muita manguaça, de preferência uma cachaça adocicada no mel, com algumas especiarias e um leve toque de macumba que os nativos de Olinda fabricam, o nome da bichina é Axé DeFala – agora não me venham perguntar por que o ‘DeFala’ , pois ainda não descobri – contam as boas línguas que os caboclos-de-lança antes de entrarem para se apresentar no Maracatu tomam aquilo como se fosse suco de ursinhos Gummy, ‘recebem’ as entidades cabolísticas e metem bronca no baque solto.
Então, eu passava o dia regada a Axé DeFala, quando a coisa apertava eu botava pra dentro um copão de caldo-de-cana e uns dois saquinhos de ovo de codorna que são vendidos que nem amendoim (no saquinho, tão ligados?- gíria da minha irmã de dezesseis). Pronto. Estava reabastecida de energia. E como eu não era besta, comprava a cana em garrafa de dois litros, isso é coisa de liso também, mas venhamos e convenhamos, quem bebe pouco assim que nem eu, sabe do que eu estou falando.
E teve aquela vez que eu não parava de beber, pra onde eu ia era com uma garrafa da tal cachaça embaixo do braço, era show da Beth Carvalho e de Dona Ivone Lara, já havia me perdido do resto do grupo, estávamos só alguns amigos ‘secos’ por sambão reunidos e enquanto o show das madamas não começava paramos para vermos as luzes da cidade.
Acontece que as luzes da cidade começaram a rodar loucamente, era um festival de estrelas cadentes em minha cabeça, a voz do povo embargada não permitia que eu entedesse nada do que estavam dizendo, não contei estória, nem me fiz de boa moça puritana que nunca dormiu na rua. Pedi arrego ao limpíssimo e fofíssimo chão do Marco Zero em pleno carnaval do recife e descansei minha beleza de mulher bêbada e acabada como uma linda princesa de cabaré, com a maquiagem borrada e a fantasia amarrotada.

Sim, assisti ao show das duas e foi o melhor que eu vi no carnaval do Recife no ano passado.
Cheguei em casa às nove da manhã com meia dúzia de gente mais beba que eu, mas essa chegada são outros quinhentos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ave maria...se num fosse em Recife...eu qria ter ido...kkkkk

Bom, antes de criar polemicaaaaaa

Galadaaaaaaaaaa...arruma a cana pq carnaval é p isso mesmoooooooo

E eu vou beber mtoooooooooooooo

Bjos!!!!

Ronzi Zacchi disse...

Carnaval sem bebida é como churrasqco de vegetariano...

Márcio disse...

Ah, o lance é ter história pra contar:

"Ah! Eu vou me matar!!! Me dá uma faca!"
"Tem uma chave, serve?"
"Serve, eu engulo!"

***

"Elizabeeethhhh!!!!"

Anônimo disse...

eu também já cai por aquelas ruas de recife.