quinta-feira, outubro 18, 2012


Digo teu nome
Como se esta palavra coubesse em si
Tudo o quanto eu li e é poesia

Digo teu nome
E minha memória se enche dos sons
Que o teu nome tem

Digo teu nome
E o sol acaba de arrebentar lá fora
Todo o amarelo que se pode derramar no mar
No vento, naquela falésia lá longe, na areia nos meus pés

Digo teu nome
E todas as flores e todos os peixes
e todas as árvores
e todos os pássaros têm nome agora
e todas as crianças sorriem numa ciranda
todas as feridas são cicatrizadas
e todas as tristezas, alegradas
digo teu nome
e não preciso dizer mais nada

O pierrô, A colombina, eu e a batucada


Eu só a encontrei no terceiro dia de carnaval quando resolvemos atravessar a ponte. Ia sair um bloco de afoxé e eu sabia que ela estaria lá.
Mas acontece que carnaval é carnaval.
E eu já tinha jurado amor eterno até a quarta-feira de cinzas a meia dúzia de pierrôs e duas ou três colombinas.
O dia começou tarde porque demoramos em decidir para onde ir, todo mundo gemia de prazer ou de dor e ninguém pensava em sair depois da chuva da noite passada.
Aí eu abri uma cerveja e o barulho da lata ecoou na sala num encantamento digno de pó de pirlimpimpim. Eureka. Todos de pé. Duas horas depois, todos devidamente fantasiados e embriagados, atravessamos a ponte sobre o rio e fomos dar no funil da ferveção.

Pronto. Lá estava. Todo o arco íris que lhe rasgava a cara em forma de sorriso. Todas as voltas que um cabelo poderia dar em forma de cacho.
Eu estava apaixonada.
De novo.
Um amigo uma vez, no auge de sua sabedoria etílica, me disse que se você fizesse uma mulher sorrir três vezes não havia necessidade de acanhamento, podia encoxar que ela não iria reclamar.  Eu sou meio impaciente, então quando ela me viu e foi rindo... eu já estava lá.

Eu disse que eu tava apaixonada, né?  Pois é... a moça foi tocar tambor e eu me distraí com um dos pierrôs que eu já tinha largado por aí que já tava de chamego com uma das minhas colombinas...

Acontece que nesse lugar tem um rio, testemunha de todo amor que houver nessa vida e de qualquer outra vida que exista carnaval. Testemunha do meu amor pelo pierrô e pela colombina e nós aportamos ali, no meio dos barcos, no meio da água, enquanto o bloco passava.



Mucha Lucha

De tanto apanhar
tanto apanhar
tanto apanhar

meu coração hoje inventou de bater.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Django Unchained Official Trailer

Ai minha mãe.
Ai meu pai.
Ai minha nossa senhora da produção.
Ai meu são western.
Ai as balas todas do mundo todo.
Ai um campo de algodão respingado de sangue.
Ai Leo diCaprio.
Ai Tarantino.


se der tempo de fazer uma pipoquinha pra ver o trailer...válá:




Nobel Prize 2012

Alfred Bernhard Nobel foi um químico e inventor sueco. Morreu em 1896.
Quando vivo em Paris conheceu o jovem químico italiano Ascanio Sobrero que ‘tava’ criando uma tal de nitroglicerina. Alfred Nobel foi acusado de roubar a invenção de Sobrero (hehehe) e mesmo com o bafón todo causando, ele não deixou de inventar o que hoje chamamos de dinamite.

Como vivia enfurnado com suas bombas, Nobel não constituiu família, mas dizem por aí que tinha uma grande, gigante, colossal amizade com a humanista Bertha Kinsky (olhaê!)
No seu testamento havia a indicação para a criação de uma fundação que premiasse anualmente as pessoas que mais tivessem contribuído para o desenvolvimento da Humanidade.

Em 1900 foi criada a Fundação Nobel que atribuía cinco prêmios em áreas distintas: Química, Física, Medicina, Literatura (atribuídos por especialistas suecos) e Paz Mundial (atribuído por uma comissão do parlamento norueguês). Em 1969 criou-se um novo prémio na área da Economia (financiado pelo Banco da Suécia), o Prémio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel. Mas de fato, esse prêmio não tem ligação com Alfred Nobel, não sendo pago com o dinheiro privado da Fundação Nobel, mas com dinheiro público do banco central sueco, embora os ganhadores sejam também escolhidos pela Academia Real das Ciências da Suécia.

O vencedor do Prêmio Nobel recebe uma medalha Nobel em ouro(!) e um diploma Nobel, além de conhecer a realeza num jantar de gala. A entrega dos prêmios acontece na data da morte do cara: 10 de dezembro. A cerimônia tem lugar no Concert Hall em Estocolmo (Suécia), com exceção do Prêmio da Paz, entregue na sede do governo, em Oslo, Noruega.

O Prêmio Nobel 2012 foi anunciado hoje.
A listinha dos cabeções ta aqui:
http://www.nobelprize.org/

quarta-feira, outubro 10, 2012

Espuma


Precipitada
Onda arrebentada
Me entrego
Macia e Fria
Em teus braços
Areia

quinta-feira, outubro 04, 2012

Os Encantados

por três morri de paixão.
um peixe grande
que sabe de tudo
outro, pequeno
que um dia saberá

e no meio, sentado
um touro azul
que se levanta debaixo
do pé de caju
basta eu só assobiar.

quarta-feira, outubro 03, 2012

Fetiche. Sim, senhor!


Eu sempre gostei de acertar um alvo.
Uma manga com o chinelo. Um caju com um pedacinho de telha.
A frigideira velha com a baladeira.
A ideia foi do meu tio João, de pendurar a frigideira ali naquele prego.
Foi dele também a ideia da baladeira. Quem não gostou muito foi vovó. Mandou acertar pardal. Tinha de ruma e não fazia barulho na hora do pipoco da pedra.
Acertar passarinho?
Jamais. Achei aquilo tudo um horror.
Talvez, por isso, eu não consiga definir muito bem o que sinto quando vejo uma arma.
Quero usá-la. Mirar e acertar.
Aí eu lembro o real motivo dele estar ali armado. É para cumprir e fazer cumprir a lei. Para defender e oprimir. Saber o porque dele usar aquela arma me deixa inquieta, eu ainda não achei outra palavra fora inquieta, ás vezes penso em pavor e gostar.
Mas gostar, eu gosto mesmo é do uniforme. Vá explicar.
Desenhei por anos detalhes, abotoaduras, quepes, botas de marinheiros que ficavam lá na frente da escola.
Eu poderia ficar horas olhando ele vestido daquele jeito.
Eu poderia ficar horas, peladinha, me deliciando, olhando ele vestido daquele jeito. Parado, na minha frente, até eu gozar.
Chamam isso de fetiche.
Eu chamo de tesão da porra.
Aí vem ele falar macio no pé do meu ouvido aquela putaria toda que eu acho graça. Aí vem ele me beijar, me lamber, cada póro meu pra que nenhum pedaço de mim se sinta menos desejado.
Eu me perco nele, antes dele me achar. Esta é a verdade.
O segredo é o fetiche. Que agora nem é mais segredo. E esse lance de fetiche é tão intenso que se toca Chico agora, se toca aquela música que dançamos no nosso primeiro encontro, eu não consigo fazer mais nada. Eu só penso nele.
Eu só penso em querer ficar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço.

A Ditadura da Especulação e o Feriado.

Há exatamente 367 anos, aqui em terras potiguares, houve uma especulação territorial que findou em sangue. 
Potiguares, Tapuias, Holandeses, Portugueses e Alemães.

Me embrulha o estômago lembrar o massacre.

A Igreja Católica beatificou 30 almas, o estado decretou feriado e os Calvinistas e os Cristãos não saem mais matando por aí a torto e a direito. Hummm... eu não tenho muita certeza dessa minha última afirmação...

A certeza que eu tenho é que aqui no Brasil a especulação territorial corre frouxa. E ainda não há realmente o devido respeito ao caldeirão multicultural que é o nosso povo.

Aplaudido de pé no Festival de Cinema de Brasília, o curta metragem A Ditadura da Especulação do Zé Furtado tá aí.

Só preu lembrar que hoje é feriado (pra quem trabalha pro governo, claro! ah... e pra quem é Cristão também) e que tem neguinho que pensa que dinheiro compra tudo.

Até as almas dos índios Tapuya Fulni-Ô do Santuário dos Pajés e todas as almas daquelas árvores que estão sendo derrubadas por lá.

A Ditadura da Especulação
Curta-metragem. 2012
Direção: Zé Furtado






terça-feira, outubro 02, 2012

sobe amarelo
suspenso no universo
teu cabelo de fumo dourado
gosto quando, no topo de ti
dançam ao vento com minha chegada
minha amada
amo a curva que te estende
da cabeça ao pequenino pé