Clementina

O nome dela é Clementina.
Porque na primeira vez que nos vimos eu esbarrei nela sem querer e ela gritou: clemência!!!!!
Pois bem que logo me virei assustada, pois, sabia ‘era comigo’. Foi quando realmente a vi. Tomava banho de sol e depois do pequeno incidente, correu mais assustada que eu, escondeu-se atrás do ferro da garagem – do carro que eu não tinha – e começou a gritar descontroladamente, seu grito fazia um eco horrível através daquele cano e eu mal conseguia discernir o que ela me dizia. Colhi umas três palavras como: rara, filhotes e mal-educada.
Prontamente ajeitei-me e como se falasse à Sua Majestade, a rainha da Inglaterra, pedi logo mil desculpas Dona Senhora Excelentíssima Mui Querida Dona Aranha, pois não era minha intenção atropelá-la, muito menos tinha eu um plano maquiavélico para matá-la e aos seus queridos ovinhos que já já estariam para nascer e era algo completamente, assim, a coisa mais linda do mundo ver uma aranha tão rara vinda da Indonésia de carona num pássaro raro de lá também, que se apaixonou por uma arara brasileira que viu no computador do seu dono, quando este navegava pela Internet nos blogs e flogs da vida e , então, corajosamente armou tudo e conseguiu fugir; e ela, então, veio para dar-lhe coragem e com a promessa de uma vida melhor em terras tropicais onde poderia perpetuar sua espécie.
Depois das devidas apresentações pus-me eu, ao seu dispor, de nomear a ela e aos seus futuros filhotes com nomes típicos de ‘minha região’, então lá vai: você será Clementina e o motivo eu já expliquei, quanto aos filhotes só poderei batizá-los ao vê-los, ou seja, depois que nascerem.
Chamei o gato e expliquei-lhe que aquela distinta senhora se chamava Clementina, que eu era madrinha de seus filhotes e todos eram hóspedes por tempo indeterminado e que se algo acontecesse a ela sua ração seria cortada até passar o meu pesar e que isto era um decreto! dos poucos que existem em minha casa e ele deveria avisar aqueles vira-latas imundos dos amigos dele que ele costuma trazer aqui quando eu não estou, ora, ou você pensava que eu não sabia?